segunda-feira, novembro 01, 2004

Riviera

Chuva. Mar quase apagado. Friozinho gostoso. Cigarro queimando no cinzeiro. Rita Lee "tentando se encontrar". Eu também. Preciso colocar "o resto no lugar". Tudo em volta reflete o interior. É aquele meu velho lado romântico. Romantismo, 2ª fase, ultra-românticos, tendências pessimistas. Branco, nublado, nebuloso, estranho, indefinido, buscando sem nem saber o que buscar.
"Mas as pessoas na sala de jantar". Hipocrisia pura. Até mesmo das pessoas que mais amo. Nada pode ser perfeito. E tudo é tão rarefeito. De onde essa idéia surgiu? Será do barulho da chuva que não pára de cair?
De noite na cama... Amor... Será possível? E qual será a razão dessa dúvida sempre sobrevoar meus pensamentos?
Agora... De noite na cama... Pensando. Às vezes dá vontade de parar. De desligar de tudo. Vida sempre cheia de dúvidas, indagações, respostas, resoluções. Até mesmo criações. E viagens. Muitas viagens. Físicas. Emocionais. Astrais. Induzidas. Naturais.
Até bater o senso de responsabilidade. Tão intenso e presente que derruba até a viagem de uma segunda-feira, 1º de novembro, feriado amanhã. Praia no sossego, mesmo com muita chuva. E cada vez mais chuva. E a vontade insistente de escrever. De deixar a caneta deslizar o papel, despejando tudo que quase me faz explodir. Tenho que parar e fazer o brigadeiro da Flávia. Tomar um banho, acordar dessa gosma mental. Minutos inúteis intercalados de minutos de intensa produção. Piração. Muita piração.
Agora chega. Tenho que fazer o brigadeiro. Mas tão longe estou...