sábado, novembro 06, 2004

"Uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos" - Saramago

Terminei agora (29 de outubro de 2004, às 3h36 am) de ler Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.
É o tipo de livro que te faz dar aquele suspiro profundo assim que termina de ler a última frase - "E a cidade continua lá."
E o primeiro pensamento que passa pela cabeça é "Qual o próximo livro dele vou ler?"
Saramago consegue descrever o que ponto o ser humano pode chegar em situações extremas. Acada dando até medo da humanidade. Será que a racionalidade nos tornou egoístas? Parece não ser possível que o ser humano possa ser solidário ao ser humano.
Acho que viajei com esse livro. Mas estou chapada, pensando no dia de hoje. Conversa chata e difícil com meus pais ontem. Não sei o que me leva a fazer isso. Sei que há uma necessidade gritante de atenção. Acordei de péssimo humor, resolvi não ir para a faculdade. Fui trabalhar, saí trade pra caramba.
Aí eu recebi aquele sinal lindo de que nem tudo está perdido.
De repente, meu celular toca. Estou no fim (ou começo) da 13 de maio, e só descubro quem é atravessando a Abílio Soares. Fiquei feliz ao descobrir quem era. Confesso que bateu um interesse. Amigos virtuais podem virar amigos de verdade.
Estava indo cortar o cabelo (que estava quase chegando na cintura). Deu aquele estalo: já que estou tentando melhorar a aparência, me matando pra emagrecer, por que não mudar também o cabelo, que é tão fácil? É bom ficar diferente. O melhor ainda é ficar diferente, gostar do resultado, conhecer um cara que já despertava um interesse virtual.
E continua aquela dúvida: amiga ou diversão. Principalmente ao ver uma baita aliança dourada na mão esquerda. ALERTA: é só diversão...

E volto a pensar no sentimento que não posso confessar... Deixo ou não deixo rolar essa sensação? Sei que não deveria, mas está tão difícil de controlar. Precisava aparecer alguém novo, fascinante, apaixonante, mesmo querendo apenas diversão.

Estou é sentindo falta de sentir. Sentir alguma coisa é sempre tão bom, mesmo quando machuca.

Quase 4h da manhã. Teria uma entrevista de emprego daqui a pouco. Só 4 horas para dormir. Não é suficiente. Não estou interessada no cargo. Chega de fugir do que eu realmente quero fazer da minha vida por medo de fracassar. Amo dar aula e é nisso que tenho que investir. Trabalho administrativo, que é o que faço, não é nada daquilo que quero.

Preciso dormir. Estou com sede. A água está longe. Preguiça.
O Saramago me fez pensar em tanta coisa...

1 Comments:

Blogger Mari said...

É isso aí... temos que fazer o que pudermos pra conquistar o que queremos. Não corra atrás do que não gosta.
Ficou linda de cabelo curto e é verdade sim, amigos virtuais podem se tornar reais...
E, sim! O Saramago nos faz pensar em muita coisa!
Beijos e abraços gostosos!

PS - "Sentir alguma coisa é sempre tão bom, mesmo quando machuca." Vivo sob esta 'máxima'! =D

2:32 PM  

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