Tortura demais...

Quando eu vou conseguir parar de fazer isso comigo mesmo? Além de fazer uma baita besteira a cada fim de semana - besteiras que fazem priorar minha solidão - ainda fico me torturando a cada segundo, procurando uma coisa que eu sei que não vou achar. Mais uma vez insistindo num sentimento que não tem razão de ser.

O que é isso, Nanda? Todo esse sofrimento só por causa de um pouquinho de respeito, que agora eu nem sei mais se era respeito ou não. Não quero ficar vendo e revendo fotos e comentários para tentar descobrir qual foi minha importância na vida de uma única pessoa e chegar à triste constatação: não tive importância nenhuma. Como isso machuca. Será que mais uma vez a idiota aqui foi enganada? Mais uma vez alguém estava comigo só porque não tinha nada melhor para fazer naquele momento. Posso ter criando, dentro dessa minha cabeça maluca, tanta coisa que não aconteceu. Não sei se é fruto da minha carência, fruto do meu histórico (péssimo!) de relacionamentos. É estranho perceber que todas as pessoas que eu amo mentem para mim. Desde sempre! Desde criança...

Por que as pessoas mentem para as crianças, e falam que elas vão crescer, fazer uma faculdade, arrumar um bom emprego, conhecer o amor de suas vidas, casar, ter filhos, criar os filhos, se aposentar e curtir os netos? Isso não é verdade. Crescer, eu já cresci. Estou quase terminando a segunda faculdade e NÃO tenho um emprego decente, nem perspectivas de tê-lo depois de formada pela segunda vez. Conhecer o amor da minha vida? Hahaha! Já sei que vou ficar sozinha, amarga e mal-amada! E sozinha não posso ter meu filho. É isso: sou e serei uma pessoa incompleta. Por mais que tenha feito tudo que me foi ensinado, ou seja, ser uma pessoa boa, amiga, estudiosa, batalhadora... Por mais que eu tenha, a muito custo, melhorado minha auto-estima, até chegar a momentos em que me olho no espelho e vejo que eu não sou o monstro pavoroso que eu sempre acreditei ser... Por mais que eu tente ser perfeita, eu não posso ser amada, nem mesmo por quem eu não quero!

Não consigo mais entender. Não consigo mais continuar desse jeito. Eu sei que a carência bateu muito forte por ter passado uma semana inteira machucada e sozinha. Desde que saí da casa dos meus pais não havia passado por nenhum momento em que eu realmente precisasse da ajuda e da companhia de alguém. E não tinha ninguém. Queria colo para chorar a dor no meu pé torcido, e ainda quero. Principalmente porque já tirei a faixa e o maldito pé continua doendo. Estou com medo das minha sensações. Estou cansada de dormir todos os dias embalada pelo choro. Choro de desespero, de desesperança, de total desilusão. O foda é que quem convive comigo nem imagina tudo isso. Quando estou com outras pessoas estou sempre sorrindo, aparentemente feliz. Mas aqui dentro está tudo destruído, tudo muito dolorido e bastante sensível. Não sei a quem pedir ajuda. Não sei como esquecer que, por apenas alguns dias, eu tive a ilusão de ser como as outras pessoas, aquelas que merecem e podem ser amadas. Só queria entender por que não eu. [Odeio essa frase por causa da música boba, mas depois do que fiquei sabendo, só posso perguntar: por que 'nunca' eu?]

Qual será o meu problema, se eu consegui resolver o que parecia ser a questão?

Queria o colo dos meus pais, mas queria também conseguir dividir esse sofrimento com eles. Queria conseguir falar que o que me faz sofrer é a solidão, a carência, a necessidade de ser vista e amada como mulher, e não apenas como amiga (ou até mesmo amiga com benefícios). Eu não sou tão insuportável assim para estar completamente sozinha há quase cinco anos. Os melhores cinco anos da vida de qualquer pessoa... Será que algum dia tudo isso vai mudar? O que mais eu preciso fazer para que a droga da minha vidinha sem graça e sem sentimento mude? Só sei que, por enquanto, eu ODEIO a minha vida e nem me importaria se ela acabasse.